segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Definição de Amor.

“Assim, o amor é uma sensação de pertencimento recíproco que almeja a plenitude. No fundo, o amor é uma identidade, pois eu me encontro no outro ou na outra. O amor tem turbulências, mas ele não é confronte, e sim conflitante. O amor, ao contrário da paixão, oferece paz – sendo que paz não é ausência de conflitos, e sim a capacidade de administrar conflitos para que não haja rupturas. Assim, se você consegue guardar meu amor, se cuida dele, eu fico. Mas se não cuida nem o guarda, eu parto. Há também casos em que o amor não é cuidado nem guardado e a pessoa resolve ficar mesmo assim. Nesses casos, isso é conveniência, e não convivência.”

- Mario Sergio Cortella.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Amor que salva.

"Ele me ensinou tudo, ele me tirou da tristeza e me trouxe novamente ao mundo normal, mostrando que nem tudo é motivo de angustia, ele me ensinou a ver o mundo de uma forma diferente, ele me ensinou a me socializar e ter fé, fé em tudo e acreditar da mesma forma que se tem fé. Ele foi o meu incentivo pra começar uma mudança e acreditar em mim mesma. Ele tinha um dom que me fazia ter segredos com ele e confiança, me mostrava o caminho certo, e, bem, o errado também, talvez principalmente o errado. Ele foi minha força, minha alegria e a minha convivência do dia-a-dia, falávamos baixinho um para outro palavras bonitas e ternas que confortava um ao outro, um sussurro baixinho dizendo “eu te amo” e um “Tudo vai ficar bem” bom, por algum motivo, ele tinha razão, tudo ficava bem, no dia seguindo havia luz, e tudo estava no seu devido lugar. Nos tempos difíceis isso era mais claro, ele me garantia que passaria depressa e era apenas encarar do jeito certo. E bem, tudo que ele dizia era real, verdadeiro e terno, e eu o agradeço por conseguir me salvar.
- Suzi Sazanove.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Procura-se um Diário

Há dias passados estava à espera de um telefonema teu, era madrugada, três da manhã. Os grilos cantavam nas ruas, e mais nada se ouvia, a não ser o meu suspiro com tua ausência. Eu ficara a esperar o inesperado, um toque, um sinal, algum barulho que anunciasse a sua voz. De repente, a campainha tocou, e ao abrir a porta me deparo com um velho diário que alguém misteriosamente o tinha deixado para mim. Ele se encontrara vazio, mas na verdade, o vi como uma oportunidade de preenchê-lo com a minha solidão. O dia acabou amanhecendo antes da hora, esperei que a aurora anunciasse a tua chegada, mas nem tua sombra se via. Enquanto não chegavas, abraçava meu velho e bom amigo diário, e invadia seu mundo com o meu. Era uma invasão de privacidade emocional. Durante dias, enquanto não se ouvia a tua voz, ele deu-me a honra de ser um ouvido. Ontem choveu muito, e por um descuido, meu diário acabou molhando. Até o dia estava mal-humorado com minha tristeza. As lágrimas da tarde inundaram as vozes do meu coração, traduzido em letras. Era meu amigo das horas amargas, e as deixava doces. Agora estava estragado e não tinha mais utilidade, pois nem o sol preferiu aparecer pra revigora-lo. Tudo ao redor maquinava contra mim, e sua distância me fazia perceber que vivera um pesadelo surreal. De repente, via rosas desabrocharem num jardim ao lado, e numa percepção de maestria, teu soluçar chegara aos meus ouvidos. Avistei-te da varanda, e vi tua face marcada pela melancolia. Também estavas morrendo por dentro, por desprezar a vida que enchia a tua vida de vida. Esse alguém era eu, um alguém sem brilho, sem identidade, sem esperança, sem segurança, sem companhia, sem destino, sem ponto de partida e de chegada, sem rumo e sem diário. Ah, o diário... Quem sabe fora você que o tivesse deixado pra mim naquela madrugada pra evitar um sofrimento maior se nada eu tivesse. Quero dizer-te que não o possuo mais, agora outro diário está diante de mim, e não perderei a chance de torna-lo especial e inesquecível. Deixarei minha vida registrada no mais belo diário: o teu coração.

domingo, 20 de outubro de 2013

O Melhor Sorriso.

O dia tá frio, o café acabou de esfriar. Lá fora não ouço vozes, nem passos, nem suspiros. O sol já se foi, as estrelas demoram a surgir na imensa escuridão do céu, e quando surgem, se escondem por trás de densas nuvens. Aqui dentro, a solidão invadiu o ambiente convidando-me a ser um ombro amigo. Está tudo tão estranho, tudo ao avesso, tudo surreal, mas ao lembrar que existe um sorriso no mundo como o seu, percebo que a realidade não é tão dura assim como penso.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O erro.

“É preciso que a gente traga à tona uma ideia: erro não é pra ser punido, erro é pra ser corrigido. O que devemos punir é negligência, desatenção e descuido. Sabe por quê? O erro faz parte do processo de acerto. O erro faz parte da tentativa de inovação. O erro faz parte da procura à construir algo que vá para melhor. Nenhum de nós é imune ao erro. A clássica frase: ‘errar é humano’ , não é uma justificativa, mas sim, uma explicação. Ela significa que nós somos sim, capazes de errar.  Corrige-se o erro, de maneira que aquele (a) que errou, faça melhor da próxima vez. Pergunta-se com frequência: ‘Nós aprendemos com os erros?’, não! A gente não aprende com os erros, a gente aprende com a correção. Se nós aprendêssemos com os erros, o melhor método pedagógico seria ir errando bastante. E há erros que são fatais. Já dizia o grande Einstein: ‘tolo é aquele que faz sempre a mesma coisa e espera resultados diferentes’. É tempo de inovação.”

- Mario Sergio Cortella.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

As Estações do Amor.

Quando chegar o verão, o forte sol estará nos maltratando com seus raios. Após isso virá o inverno, as fortes chuvas visará o nosso afogamento. Quando vier o outono, nossas folhas cairão no chão e serão levadas pelo vento. Mas não se preocupe, na primavera o nosso amor florescerá, e o perfume será a prova de que nós sobrevivemos.

A Metamorfose da Vida.

A lagarta, ou larva, saí do ovo da borboleta. Come e cresce rapidamente, antes de passar ao estágio chamado "crisálida", durante o qual não alimentará. A Borboleta adulta surge da Crisálida. Neste ciclo biológico, o desenvolvimento do ovo ao "adulto" se processa através de varias mudanças de formas. Estas mudanças chamam-se "Metamorfose" (mudar de uma forma para outra).

Semelhantemente, ao experimentar o processo de "metamorfose vital" estamos abertos a mudanças e inovações em nosso ciclo de vida. Chorando e sorrindo, perdendo e vencendo, acertando e errando, nutrindo dores e felicidades. Nossas experiências marcarão para sempre nossas histórias, acrescentando paciência e coragem a nossa personalidade.

O brilho dos meus sonhos.

Te procuro no brilho dos meus sonhos, mas não consigo achar.  Em cada feixe de luz nesta ilusão sombria, me perco à tua procura. Se no sonho não estás, preciso trazer-te à minha realidade. Prefiro ver seu sorriso na escuridão desta dura realidade a ver a luz dos meus sonhos sem você. 

Encontros e Desencontros.

Encontros, olhares, abraços, sorrisos, desencontros. Assim é o efêmero ciclo vital. Basta apenas um aperto de mãos e uma troca de olhares especiais pra que os vazios da solidão se preencham. Basta também que simples olhares se separarem, para que os mesmos vazios tornem à sua essência. Nossa passagem à esta transitória existência assemelha-se muito com a cadeia alimentar, não referindo-me as relações de alimentação que os seres estabelecem entre si, mas às interações dos pequenos detalhes que dão sentido a nossa vida. Sim, os detalhes têm relações mutuas, e é essa reciprocidade de pequenos eventos que constroem histórias espetaculares e inéditas.

Os encontros mais simples e esplendidos do dia não acontecem por acaso, pelo menos assim eu acredito. Por trás do desprezível escondem-se valores inestimáveis. Se uma folha ressequida é avistada num campo, o observador de imediato saberá que assim se sucedeu por fatores da natureza. O vento à derrubou da árvore, e em seguida, com o passar do tempo, envelheceu-se e perdeu sua cor devido à perda de clorofila e fatores que à mantêm viva. Ao observá-la atentamente, a realidade do fim da vida poderá irá invadir os pensamentos e levar o observador a lembrar de que um dia tudo irá se esgotar. Para um belo encontro, é preciso estar na hora certa e no momento certo, mas antes disso, talvez seja necessário encontrar-se consigo mesmo, e encontrar um novo mundo e treiná-lo para a dor do desencontro. 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O lado bom de não saber.

Uma das coisas mais inteligentes que podemos saber é “saber que não sabemos”. Só é possível caminhar em direção a excelência sabendo que não sabemos algumas coisas. Porque há pessoas que ao invés de ter humildade para reconhecer que não sabem tudo, fingem que sabem.  Quando você finge que sabe impede um planejamento adequado, uma ação coletiva e eficaz. Reconhecer que não sabe é sinal de absoluta inteligência. Pessoas humildes são capazes de ter dúvidas – isso é motor de mudança. Pessoas que não tem dúvidas não são capazes de inovar, vivem do mesmo!


- Qual é a tua obra? Mario Sergio Cortella.

E a esperança?

O grande educador Paulo Freire dizia: “É preciso ter esperança. Mas tem de ser esperança do verbo esperançar.” Por que isso? Porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. Esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. “Ah, eu espero que melhore, que funcione, que resolva”. Já esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. É ser capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé ativa nas obras. Esperança é a capacidade de olhar e reagir àquilo que parece não ter saída. Por isso, é muito diferente de esperar, temos mesmo é de esperançar!


- Mario Sergio Cortella.

Não seguirei sem você.

Se você não sorrir mais pra mim, não haverá grande problema. Lá fora, a lua fará isso pra mim;
Se seus olhos não brilharem mais pros meus, não haverá grande problema. As estrelas se encarregarão disso;
Se não sentir mais a tua presença na calada da noite, não haverá grande problema. Pela manhã, a brisa acariciará meu rosto e amenizará meu silêncio.
Se não ouvir mais o pulsar do teu coração, não haverá grande problema. O meu seguirá pulsando nesta vida;
Se a sua falta de amor me ferir, não haverá grande problema. As rosas me ensinaram a conviver com espinhos;
Mas se um dia eu acabar morrendo dentro de você, isso será gravíssimo. Não me peça pra seguir. Talvez eu siga, exteriormente, mas meu mundo permanecerá ocupado demais procurando minha vida em sua vida.


domingo, 13 de outubro de 2013

Note to God


Senhor Deus,
Há tempo que não escrevia um bilhete dirigindo-se a sua pessoa. Depois de tanto tempo como peregrino, vagueando à procura de mim mesmo, eu decidi procurar outro alguém.
Não foi fácil passar por tudo que passei. Até hoje me pergunto como encontrei forças para sobreviver ao receber tantos ataques da vida. Tenho certeza que a sua misericórdia me manteve vivo. Foram tantas lágrimas até aqui, tanta dor, que fico imaginando como tudo isso poderia conter dentro de um ser tão limitado como sou. Ah, a vida... Ela me golpeou demais. Ela feriu minhas emoções e por algum tempo, me fez acreditar que eu fosse morrer antes que as rosas desabrochassem. Até aqui o Senhor tem me ajudado, ainda que eu não merecesse. Estou longe de ser aquela pessoa em que olhes e digas: “Você chegou onde eu queria”.
Mesmo enfrentando tantas limitações, eu acredito que o Senhor colocou-me na estrada da vida para eu chegar até o final. Às vezes surgem os nevoeiros da dor para ofuscar o brilho da esperança que há em mim, e me fazer acreditar que não sou especial.
Estou escrevendo este bilhete porque minha alma anda angustiada, ela clama por socorro. Talvez ela esteja clamando tarde demais, mas eu sei que enquanto houver sol, a esperança estará sorrindo.
Quero fazer um pedido que há muito tempo não faço: Remove essa dor que deixa meu coração de luto nesse momento. Cuida dos meus amigos que estão com suas vidas por um triz, para que eu não venha a perdê-los. Para aqueles que já fizeram suas viagens, consola os corações de amigos e familiares. Enche minha vida de vida, pois talvez eu ainda não a conheci da forma como ela precisa ser conhecida.

Peço que faça o melhor por mim. Quero ser muito feliz. Preciso de alivio. Olhe para as minhas malas, elas estão superlotadas, elas fazem meus ombros sangrarem. Talvez eu não suporte tanta bagagem assim. Peço-te, por favor... Ajude-me a carregá-las nesta viagem tão árdua.

sábado, 12 de outubro de 2013

A vida é curta? Curta.

A vida de muita gente perde o sentido quando vem à tona a brevidade da nossa existência. Muitas pessoas se questionam: “Por que a vida é tão curta?”. Eu vejo essa questão da curtabilidade da vida de um jeito diferente. Você já parou pra pensar que a vida dentro de você pode ser bem mais longa que fora? Nem sempre uma vida farta de dias é sinônima de uma vida produtiva e excelente. Há pessoas que vivem sob uma ansiedade tão grande que os dias dentro de si correm como semanas. A pressa toma conta de seus corações e o mundo a sua volta vai se fechando, sem pontes, sem portas, sem janelas, somente muros de aço. Essas pessoas precisam acender velas na expectativa de dissipar a escuridão de suas emoções, mas se dissipam, é por pouco tempo, afinal de contas, o tempo é um atleta no mundo dos tais. Não têm brilho próprio. Por outro lado, há pessoas que colocam no bolso o amanhã e preferem dançar a valsa do presente. Não vivem sob a correria do mundo atual estressante. Não derramam suas preocupações em cima de coisas fúteis. Antes preferem abraçar os grandes valores da vida e carregá-las não no bolso, mas no coração. Não precisam de velas, pois nelas residem brilhos que alumiam até a escuridão dos outros. Sendo assim, a curtabilidade da vida é uma questão de escolha. O tempo pode ser um corredor lá fora, mas aqui dentro eu tenho a capacidade de fazê-lo andar de muletas. A vida é curta? Se pra você ela está sendo, trate de prolongá-la arrumando a bagunça dentro de si.

A Angústia de Pedro

“Era noite, e em volta de uma fogueira, num pátio, eu estava reunido com um grupo de pessoas. Meu Mestre fora preso, eu o vi sendo levado. Ele me convidava diariamente a experimentar seu mundo, compartilhar de suas ideias, e seguir seus passos. E pela primeira vez, nos separamos. Enquanto lamentava o adeus da proximidade, uma criada, num lugarzinho à parte do pátio fixara firmemente seus olhos nos meus e exclamava com veemência: ‘Você estava com ele’. Entendi que ela referia-se ao Mestre, e temendo pela minha vida, deixei o meu medo esmagar a esperança que tinha depositado no Nazareno, quando disse: ‘Eu não o conheço’. Estava caminhando passos largos à um abismo que eu mesmo criei, e não dava mais pra voltar ao passado.  Um outro alguém, de identidade desconhecida, resolveu aumentar esse vazio que estava começando a ganhar vez: ‘Você é um deles’. Eu o retruquei dizendo: ‘Não sou’.  Em seguida, acabei negando-o mais uma vez. E agora, o que fazer diante de tamanho erro? Procurando a solução, me fechei em meu mundo, e nada mais ouvia, nada mais via e nada mais falava. Mas à poucos metros de distância, o canto de um galo invadiu minhas emoções e me fez inundar num oceano de lágrimas. Chorando amargamente, só precisava do perdão do meu Mestre. Não poderia encontrá-lo, não no momento. Ele havia sido conduzido ao Sinédrio. Só me restava procurar o seu olhar. Ninguém, a não ser ele, resolveria aquilo. Estávamos distantes, e essa distância parecia infinita ante à minha miséria. No meio daquela multidão, procurava o rosto machucado dele. Se não o encontrasse, não teria a quem recorrer. Não só meus lábios o havia negado, mas minha confiança em seu amor por mim. De tantos olhares à minha volta, acabei encontrando o dele. Só os dele tinha o brilho que precisava para alumiar minha vida que em mim havia se apagado. Em seu olhar, encontrei perdão, descanso, alívio, consolo. Em seu olhar, o julgo da prepotência fora despedaçado.”

- Simão Pedro.

A Criança em Seu Mundo.

Ser criança é uma inestimável dádiva da vida. Crianças adoram bonecos, e vivem como se fossem os tais. Tentam ignorar os desfechos da realidade sombria, para que possam viajar num mundo do faz de conta. Desejam intensamente a liberdade, e às vezes choram por não tê-la, pois elas também necessitam de proteção. Quem dera que os adultos, pelo menos por algum momento pudessem expandir o tempo pra que as crianças fossem mais amadas, mais compreendidas, protegidas. Crianças alegram a vida, cantam e dançam, e mais parecem bolhas de sabão. Por fora são belas, mas por dentro são vazias, pois ainda não conhecem a si mesmas e aos poucos preenchem o vácuo de sua inocência. Dentro de cada criança, existe um relógio que trabalha de acordo com sua maneira de ser criança. Elas sabem que seus fantasmas as rodeiam, por isso têm a missão de gritarem pra eles: “Deixem-me em paz, eu quero crescer e saber ser criança”.

*Uma singela homenagem ao Dia das crianças.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A loucura de amar.

"O amor é complexo, e ao mesmo tempo simples. Loucura, mas ao mesmo tempo lucidez. Razão, mas ao mesmo tempo emoção. Ele busca revirar sentimentos, descortinar lembranças, reviver momentos - até impossíveis - e acaba repousando a sombra da ilusão sobre a realidade. Chama de solidão aquilo que se traduz por carência, e confunde a distância com a proximidade. É loucura para os sábios, simplicidade para os imaturos. E se for mesmo uma loucura? É uma loucura que pretendo abraçar todos os dias da minha vida. Guardarei esta loucura comigo, não no bolso ou no guarda-roupa, mas no coração."