sábado, 30 de novembro de 2013

Vai doer, mas vai passar


 Pensei que não fosse passar, aquela dor parecia infinita, andava nas ruas como se fosse apenas um saco de pele carregando alguns ossos, mas sem alma, olhar perdido, pensamento vago. Quando dava por mim, tinham lagrimas escorrendo pelos olhos, a dor no coração era tão grande que parecia real, parecia alguma dor física. Não tinha fome, não conseguia me concentrar em nada, parecia que minha vida tinha ido embora junto com ela. Não queria continuar acordado, mas quando dormia, sonhava, acordava muito bravo comigo mesmo, por ser tão fraco.
Resolvi sair, mas tudo a lembrava, cada detalhe tinha um significado com ela, olhava vários rostos, mas apenas o dela vinha à mente. Roupas, musicas, ou até meu travesseiro a lembrava, tudo tinha um significado, uma história, parecia que ia corroer para sempre. Nesse momento que a gente vê que não somos um só, mas sim uma metade, e quando a outra metade se vai, parece que fica a pior parte de nós.
Você se vê fazendo coisas que condenava, tenta mostrar para o mundo que está bem, que está nas baladas, que está com a mulherada que não está sofrendo, besteira! Todo mundo está vendo que você está sofrendo e está tentando se enganar, você enche a cara, pega o celular liga, manda mensagem, se rebaixa, se humilha, faz coisas que condenaria facilmente em outros.Mas o faz sem pensar, afinal, parece que apenas o pior de você que ficou.
Tenta arrumar espantalhos, isso, pessoas para tentar suprir a carência, encontra outras bocas, outros abraços, outros corpos, mas tudo te a lembra, ali não é você, é apenas um saco de peles com ossos dentro, saciando seu vazio com o nada.
Com o tempo vai passando, você começa a respirar, as coisas vão perdendo o sentido que tinham, você vai se desapegando das memórias, vai encontrando outras possibilidades, vai achando graça em outras piadas, e admirando outros sorrisos, conhecendo novos amigos, flertando com outras mulheres.Quando percebe parou de procurar saber sobre a vida dela, e se concentrando em arrumar a sua vida, tem vergonha do que fez durante esse processo, mas entende que foi preciso talvez.
E quando vê descobre que passou aquela dor, aquela falta de vida, aquele medo de não conseguir sobreviver sem a pessoa, de não conseguir fazer novos planos, ter novos sonhos, tudo isso se vai, a ferida vai cicatrizando, e você nem lembra mais dela, fica o carinho o respeito pela história, e o desejo que seja feliz.
E quando você vê está se encantando por outro sorriso, e pensa, puta merda de novo? Mas sabe, somos como crianças que estão aprendendo a andar de bicicleta, caímos algumas vezes, mas nem por isso paramos de tentar, e assim vamos, não é porque se machucou uma vez que vai deixar de se entregar a uma nova possibilidade, afinal uma hora a criança aprende andar de vez.
E quando você estiver sorrindo, com novos planos, novos sonhos, planos de viagens, conquista nova, você para e pensa, olha ai, e não é que passou mesmo, sorri e continua o caminho.
Uma vez disse: Não há criança de pé cansado que se prive de correr quando a sede toma o seu corpo em um caminho de pedras, avistando uma fonte de água limpa. Assim também não há coração tão machucado que não se apresse inocentemente a amar, quando encontra entre milhares, um despertar de sorriso.
Vão por mim, dói, mas passa.

George Huxcley.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Amor: tão objetivo, tão subjetivo.

(...) O que os aproximou? Vem de dentro. Não tem explicação. A paixão nasce de uma química interior, uma química que reconhece a mistura de cheiro, pele, ritmo, batimentos e reconhecimentos. As dessemelhanças, essas, somem do campo de visão. É a armadilha da paixão. O amor no meio disso? O amor é quando esses dois seres comuns que se descobrem num dia pequeno resolvem que desejam aquilo. Anseiam, até. Então eles trocam telefone, e-mail e todos esses trelêlês cibernéticos sociais, e passam a se buscar porque querem sentir o amor. Só que o amor não é coisa que se toca, nem se retém, nem se controla, nem se estabelece. Amor é como as estrelas do céu: se você as quer ver, todo santo dia você tem que olhar pro céu. O amor seria conseguir ver um céu naquele menino, ver um céu naquela menina, e seguir junto desbravando esse caminho de estrelas, sem medo de tempestades.  Lembram-se das dessemelhanças? São as chuvas, as tempestades, as não concordâncias, o breu de uma camada poluente que vai embaçando o olhar. Daí vai se perdendo o foco, desviando o olhar. Você não quer ver o cinza, você quer o esplendor do azul, quer o céu e tudo que o outro te mostra nesse ponto, são as nuvens. Conseguiram ver a beleza das nuvens? Uns sim, outros, não. Tá tudo certo! Todo mundo quer o céu azul de estrelas brilhando por dentro. A paixão revela. O amor é quando há resistência. Fé, esperança, teimosia, determinação, é quando duas pessoas decidem que é por aquela janela que o céu é mais bonito. É naquele azul que se quer mergulhar. O amor é o céu que se vê no outro, é o azul que a gente nunca cansa de buscar, é a certeza de que as estrelas sempre estarão lá nem que chova canivete.

- Blog Texto Desafinado.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O amor está ao nosso redor, abrace-o.

Sem o amor; a morte, a decepção, o sofrimento e a derrota teriam mais espaço em uma vida vazia em si. Nasce gente, morre gente, e essa ideia de amor universal parece estar interligada na alma do ser humano. Quem não o pratica, não quer dizer que não o possua. Talvez o possua, mas de uma forma ferida e doentia. Já dizia Chico Xavier que o ódio nada mais é senão o próprio amor que adoeceu gravemente. Sendo assim, ele via o amor presente até nas coisas negativas, mas de uma forma morta e sem atividade, é claro.
Eu vejo o amor nas lágrimas, na dor, na decepção, no erro, e em muitos outros aspectos negativos desta vida. Tem gente que derrama lágrima por amar alguém. Tem gente que se decepciona porque amou demais alguém e nunca duvidou de sua índole. Tem gente que suporta uma dor por amor a alguém. Tem gente que erra muito só por tentar amar. Essa força que nos move faz com que a vida vibre ao nosso redor, seja num abraço, num aperto de mão, num agradecimento, num olhar. Mudamos sem mesmo perceber, só pela disposição de amar.
Nenhum mortal jamais definirá plenamente o que é o amor. Levaremos esta dúvida conosco até a sepultura. Temos sim uma noção de sua dimensão, de sua extensão, de sua conexão conosco - e quem sabe de sua origem - mas nunca de sua totalidade e objetivo final.  Ele é uma loucura quando a vida parece sensata. Ela é proximidade quando a vida parece ficar distante de nós. Ela é começo e o fim, a causa e o efeito, o finito e o infinito. Um princípio salvador que dá o sentido verdadeiro a uma existência que às vezes parece absurda.
Quem tiver o amor como valor supremo em sua vida, certamente andará sobre brasas como se fossem rosas, e produzirá lindas melodias com notas jamais vistas.
- Leandro P.S.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Solidão

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo. Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar. Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos. Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente. Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado. Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma."
Chico Buarque.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Uma trajetória de aprendizagem

Como sempre gosto de compartilhar o que vivo com as pessoas, hoje não será diferente. Tenho 20 anos, sou de Recife. Há mais de 3 anos luto diariamente contra um Osteossarcoma - Câncer que nasce em regiões ósseas – no joelho esquerdo. Comecei a tratar em Julho de 2010, perdi a perna por progressão tumoral. Conclui uma 1° etapa de Quimio em 9 meses, e após 4 meses, a doença instalou-se nos pulmões. Fiz nova etapa de tratamento, mais 3 meses de quimioterapias muito intensivas que quase tirou minha vida. Elas acompanharam duas cirurgias torácicas pra retirada de nódulos. Após isso, já em Janeiro de 2012, iniciei uma 3° etapa de quimio, dessa vez via oral, sem muitas reações ruins, por 1 ano e meio. Em Agosto desse ano, um exame mostrou o novo retorno da doença, nos pulmões novamente, e acarretou nessa cirurgia da imagem. 1 tumor, 2 nódulos e 3 costelas foram retiradas. No momento faço uma 4° etapa de tratamento com quimio ambulatorial (faço e vou p/ casa). Sinceramente, não sei até onde isso vai. Mas estranhamente eu amo demais a minha vida nessas circunstancias. Ela me derruba, mas tiro ela pra dançar. Não tenho mais medo do futuro, só o presente me interessa. Aprendi que paz não é ausência de guerra, mas a capacidade que você tem de andar seguramente por caminhos inseguros. Eu sinto que estou seguro. Tudo isso me proporcionou uma nova visão de mundo, e jamais seria quem hoje sou se nada disso tivesse me acontecido. Por isso, eu agradeço. Se você reclama por coisas fúteis, não faça mais isso. Não vale a pena. Não proteste contra a sua vida, abrace ela. Jamais perca o gosto de viver... Deus é bom!

domingo, 10 de novembro de 2013

Ame, se doe.

Procure viver uma vida sem cobranças, sem pressões. Ame, se entregue, se doe, e não espere muito dos outros. No final das contas, alguém vai perceber que o prejudicado não foi você por não ter recebido a devida atenção que merecia, mas ele mesmo por nutrir o seu amor e não ter a sensibilidade de retribuí-lo.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Lágrimas

Tão pequenas gotas. Pra muitos, tão insignificantes, mas que em sua essência trazem mensagens de desabafo. Causam impactos tão grandes no coração de quem as ver sendo derramadas que chegam a pensar em um desastre interior. As lágrimas são os gritos silenciosos que surgem do gemido da alma, rasgam o som do coração e ecoam como a voz de multidões nos ouvidos da emoção.