Vou caminhando devagar, mas vou. À procura da outra parte do
meu coração, sinto o frio dessa gélida noite triste que parece não ter fim.
Também estás à procura da peça que precisas para formar o teu quebra-cabeça. E
semelhantemente, caminhas numa estrada longa e deserta. Nesta estrada em que estamos não consigo
ouvir um barulho sequer que anuncie a presença de mais alguém. Não vejo faróis,
nem passos. Não ouço suspiros e lamentos, a não ser os nossos. Meu bem, estamos
em uma sombria estrada de mão dupla. De joelhos, peço para que essa nossa solidão
se dissipe como neblina. Quem sabe, meu bem, a gente tropece um no outro por aí
em outras estradas. Vamos seguindo nossos caminhos, e quem sabe a gente se
invente e depois se reinvente. E quem sabe também, querida, a gente percorra
outras estradas, porque essa não é o nosso lugar. É hora de percorrermos as
estradas do coração.
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